sábado, 2 de maio de 2009

O papel do monarca na chefia de estado

Chefia de Estado

A Chefia do Estado é exercida pelo Monarca, que é apartidário (não participa de nenhum partido político). O monarca representa a Estado, sem com isso fazer as leis necessárias para governar o Estado. Isto é função do Presidente do Conselho de Ministros (Primeiro-ministro). Como chefe de Estado, o Monarca assume o comando das funções do Estado, tornando-se assim o chefe das Forças Armadas, mas sem o comando efetivo. O comando efetivo cabe aos generais, almirantes e brigadeiros, que são militares de carreira. O Imperador também assume a posição de chefe da diplomacia, nomeando embaixadores para os diferentes países com os quais o Brasil mantém relações. Mas a nomeação só ocorre após indicação feita pelo Ministro das Relações Exteriores (em alguns países essa indicação passa pelo Senado). O Imperador também acredita (aceita) os embaixadores estrangeiros que aqui chegam, ou seja, confere-lhes o reconhecimento como embaixadores de um determinado país.

O Monarca encarna o Estado, sem partidos ou ideologias, em suas funções mais altas. Nem por isso é independente. É dependente, por exemplo, da aprovação do orçamento da União, que é montado pelo Gabinete e aprovado (ou não) pelo Parlamento. A única função do Monarca que participa do processo legislativo é o sancionamento de uma lei previamente aprovada pelo Parlamento. É o "Cumpra-se!" final que faz a lei entrar em vigor. Também é o monarca que, como chefe de Estado, empossa o parlamentar indicado para assumir a chefia de Governo, o Primeiro-ministro. Pode, em casos mais raros, ele mesmo escolher um parlamentar para ser Primeiro-ministro, mas este deve deter a confiança do Parlamento.

O Monarca assume seu posto após ter seu juramento aceito pelo Senado, e caso se ausente do país, assume em seu lugar uma regência provisória, normalmente o herdeiro do trono, mas podem ser outros parentes, contanto que não sejam estrangeiros. Caso não haja ninguém em condições de assumir o trono, o Parlamento indica um regente. O mesmo mecanismo é usado em caso de menoridade do Monarca ou por incapacidade (doença, loucura etc.).

Uma vez que existam herdeiros, estes são reconhecidos pelo Senado e, quando completam a maioridade, são obrigados a jurar perante o Senado para serem herdeiros do trono de fato, prestando juramento novamente em caso de assumirem uma regência ou quando o monarca morrer ou abdicar.

Em todas as monarquias parlamentares é atribuído aos monarcas e aos parentes na linha de sucessão as mesmas imunidades dos parlamentares (e nas repúblicas também é atribuído aos presidentes), com a diferença que essa imunidade pode perdurar uma vida inteira (desde o nascimento do príncipe até sua morte como Monarca). Entretanto, isso não permite que o Monarca seja eximido de inconstitucionalidade ou que possa ser retirado do cargo caso cometa delitos (corrupção, atitudes contra o Estado democrático e de Direito etc.), pois o Senado apura todos os possíveis delitos do Monarca e de sua família. Sendo comprovado o delito ou a má fé, o Monarca pode perder seu cargo e ser substituído pelo seu sucessor, irmão ou primos (caso todos esses sejam brasileiros). Em casos extremos, de extinção da dinastia e trono ficar vazio, cabe outra vez ao Senado levantar outras dinastias que possivelmente possam assumir o trono.

Como acontece a todos os chefes de Estado, os monarcas recebem um orçamento do governo que é votado pelo Poder Legislativo. Nas monarquias parlamentaristas isso também ocorre, sendo o orçamento da Família Imperial aprovado no Parlamento e aberto ao público. Na realidade esse dinheiro é o único que o Monarca pode gastar sem a assinatura do Primeiro-ministro ou de algum outro ministro. Toda e qualquer outra decisão não tem efeito se não receber a assinatura de alguém do Gabinete. Por isso, estão os ministros muito mais sujeitos à inconstitucionalidade do que o Monarca, pois pouquíssimos atos deste teriam força sem o aval de algum membro do Gabinete.

Há também um outro mecanismo de uso do monarca, a dissolução do Parlamento. A dissolução pode ser pedida por um Primeiro-ministro ou partir do próprio Imperador. Esses casos são sempre discutidos com os conselheiros, em especial do Conselho de Estado, pois só são usados frente a ingovernabilidade do Parlamento, isto é, nenhum Gabinete consegue governar com aquela configuração partidária do Parlamento.

Vale lembrar que a dissolução do Parlamento também não ocorre sem que o ato seja referendado (assinado) pelo Presidente da Câmara de Deputados (como ocorre na Espanha) ou de algum outro alto cargo dentro do governo. Então o Monarca dissolve o Parlamento e novas eleições são convocadas. Esse recurso é muito evitado em todas as monarquias parlamentares, pois o uso inconseqüente desse mecanismo pode acabar com a credibilidade de todo o sistema parlamentar do país. Juntamente com a possibilidade de dissolver o Parlamento, o Imperador pode também demitir um Gabinete e nomear outro (que também tenha a confiança dos parlamentares). Esse mecanismo é usado quando um Gabinete perde a credibilidade muito rapidamente ou quando perde a confiança na opinião pública, como forma de poupar o Parlamento perante esta. Mas, o uso indiscriminado desse mecanismo pode acarretar a perda de credibilidade da Monarquia e do Parlamento frente à sociedade.

12 comentários:

  1. sempre que converso com as pessoas sobre a monarquia e suas vantagens, invariavelmente vem o comentário: eu sustentar uma familia imperial inteira??!!!!.....
    Se os brasileiros não sabem que sustentam o presidente da rupública e os ex-presidentes, imagina, imagina falar com eles sobre o sustento da familia imperial.
    Seria interessante esse blog abordar esse assunto, dizento quem da familia imperial seria sustentado pelo estado na hipótese de uma restauração. É o imperador, esposa e filhos? o imperador, esposa, filhos e sobrinhos? enfim, até que grau de parentesco é sustentado pelo estado?

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  2. Desde já fico grato pelo comentário. Seguirei sua sugestão, muito obrigado.

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  3. Sou a favor da monarquia no Brasil, tenho até um blog defendendo isso: brasilimperial.blogfacil.net

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  4. considerações monárquicas,

    interessante (gostei) do asunto abordado, " o papel do Monarca"; infelizmente temos que conviver aqui no Brasil, com políticos desajustados (corruptos), formados por uma república paupérrima, que na verdade é formadora sim, de "terroristas" e não como a MONARQUIA, que se preocupa em formar autênticos estadistas, pessoas interessadas no bem comum da nação.
    a república nascera de uma forma contraria, esmagando todo e qualquer preceito de dignidade, convívio entre a família, religiosidade trazido a baila pelo nosso imperador D. Pedro II, e sua filha e nossa redentora, D. Isabel.
    governos após governos se passaram durante estes 120 anos de república, porém todos subversivos, cuidam somente de si e sua "patota", contudo, enganam o povo, que por sua vez por não terem condições de elevar seus conhecimentos culturais, acabam por serem ludibriados pelos republicanos, que continuam no poder, tratando na verdade o brasileiro como um animal irracional, e o povo brasileiro por não possuír uma condição favorável de ensino, absorvem o que é passado pelos republicanos através da mídia, e acabam por acatar como certo, isso acontece por não possuírem um sensor que possa lhes mostrar o quanto os republicanos estão por aí formando "terroristas", para impedir a restauração do IMPÉRIO DO BRASIL, mas, não tardará e DEUS, recolocará o Brasil na forma de governo monárquica.
    meu blog é http://ariranha-monarquia.blogspot.com

    paulo-010

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  5. Caros leitores sera que vcs nao sao capazes de entender ou viver sem alguem os dominando como animal nas redias?
    Vamos pensar em um mundo de forma comunitaria onde nao exista forma de governo e que este povo tenha liberdade mas com responsabilidade ou seja consciencia para isso deve ter consciencia muita ai sim iremos viver como consta em Atos dos apostolos um mundo irmao onde nao existe sistema opressor vcs querem retroagir? Pois levanto a bandeira da anarquia, como sabemos na constituiçao tem muitas inspiraçoes anarquistas e muitas conquistas por movimentos sociais sindicatos asociaçoes que hoje desfrutamos nao que foi a republica ou a monarquia que fez mas pela pressao do povo ou ideias anarquistas. Salve o bem comum salve a ANARQUIA!

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  6. ACADÊMICO JARU-RO, vejo que é um anarquista cristão, respeito seu posicionamento, ainda mais se tratando da anarquia cristã, como é defendida por alguns doutores da Igreja. Mas há problemas de aplicabilidade prática em todas as formas de anarquia, seja cristã, capitalista, primitivista, federativa e etc. O primeiro problema seria como todo o globo, 7 bilhões de pessoas, com as mais variadas ideias, linguas, filosofias, religiões, culturas, posicionamentos críticos, com as mais diversas ideias e pensamentos, poderia viver harmoniozamente, já que, a anarquia tende à internacionalização? Já que não haveria meios coativos e coercivos para determinar certas normas, que obrigariam sempre que necessário, que todos convivessem de forma harmoniosa, o que manteria a todos numa paz social? Não havendo sanções o caminho mais lógico para isso seriam uma gama de valores morais comuns bem desenvolvidos e socialmente aceito por todos, pois, assim sendo, pelo simples dever e senso moral garantiriam que todos cumprissem seus deveres e obrigações sem meios mais rígidos que são próprios, e só podem ser exercidos pelo e no Estado...

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  7. ...mas isto também se torna inviável, tendo em vista que, cada vez mais se prega que a moral é algo pessoal e que não vale para todos, num mundo cada vez mais individualista e onde as pessoas, como se pode constatar facilmente pelo noticiário, não dão a mínima para os direitos do outro, basta ver os casos de agressões banais que encontramos todos os dias. Num mundo onde cada vez mais tudo é relativo e nada é absoluto, assim sendo, nem mesmo os valores, princípios ou normas que pudessem, em teoria, garantir o funcionamento e as maravilhas que o paraíso terrestre da anarquia prega, poderiam ser aplicados. O que manteria o bom convívio entre bilhões de elementos que tendem a incompreensão e a guerra?

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  8. ANONIMO, é costume nas monarquias somente o monarca e, no máximo, o Sucessor ao trono receberem subsídios estatais, obrigado pela segestão, abordarei o tema futuramente.

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  9. JESUS CRISTO REI DOS REIS SANTO DOS SANTOS, GLORIAS A DEUS ALELUIA, JESUS CRISTO SANTO SÁBADO, AMÉM

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  10. JESUS CRISTO REI DOS REIS SANTO DOS SANTOS , GLORIAS A DEUS ALELUIA, JESUS CRISTO, AMÉM
    JESUS CRISTO SANTO SÁBADO, AMÉM

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  11. NESTA VIDA NÃO EXISTE NADA IMPOSSÍVEL BASTA CRER, AMÉM

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  12. Parecem-me bem pequenos os poderes do rei na atualidade. Antes eu era entusiasta da monarquia,mas ultimamente estou em dúvidas se a monarquia resolveria o problema da falta de moralidade do homem público brasileiro.
    Se os reis,hoje em dia,não mandam mais,teríamos que ter alguém como o príncipe Hans-Adam II do Liechtenstein,como rei. Mas este príncipe é muito criticado e ser chamado até de absolutista,pois costuma usar realmente os poderes que lhe são conferidos,ao contrário dos outros monarcas do mundo,que atuam quase como figuras decorativas.
    Será que a monarquia que sonhamos não seria meio "anacrônica"? Será que a monarquia não resiste no tempo apenas por fazer parte da tradição dos países que ainda a adotam?

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