sábado, 16 de agosto de 2014

O Fundador do Reino do Havaí - Kamehameha I, O Grande

Retrato de Kamehameha I

Kamehameha I, nome original Paiea, cognominado Kamehameha, o Grande (nascido em novembro 1758, Distrito de Kohala, Havaí, morreu em 8 de maio de 1819, Kailua ), conquistador havaiano e rei que, por volta de 1810, uniu todas as ilhas havaianas e fundou a dinastia Kamehameha, a linha mais duradoura e mais bem documentada dos governantes havaianos.

 Primeiramente chamado de Paiea, que significa "caranguejo de carapaça dura," o futuro soberano era o filho de Keoua, um grande chefe, e de Kekuiapoiwa, a filha do antigo rei Alapai. A tradição havaiana diz que uma estrela brilhante, Kokoiki, apareceu pouco antes do grande conquistador nascer. A data da lenda coincide com o aparecimento do cometa Halley em 1758, quando Kokoiki foi visto pelos kahunas, videntes místicos do Havaí, foi profetizado que um grande líder estava para nascer, que iria derrotar todos os seus rivais e reinar sobre todas as ilhas. O príncipe infante foi condenado à morte por Alapai mas foi criado secretamente e cresceu para a maturidade, assumindo o nome de Kamehameha, ou seja, "O muito solitário".

 Com a morte do rei Kalaniopuu em 1782, as ilhas do Havaí foram divididas entre seu filho, Kiwalao, e seu sobrinho, Kamehameha. Apesar do ciúme entre os dois primos, as relações foram pacíficas até julho de 1782, quando uma disputa entre seus chefes em Keomo levou à eclosão da guerra. Na batalha que se seguiu a Mokuohai, Kiwalao foi morto. Kamehameha, em seguida, embarcou em uma série de conquistas que até 1795 haviam levado todas as ilhas, mas Kauai e Niihau sob seu controle. Quando estas foram cedidos a ele por meio de negociações pacíficas em 1810, Kamehameha era chefe indiscutível de todo o arquipélago.
Armas do Reino Havaiano



 Embora autocrático, em princípio, Kamehameha nomearia governadores para administrar cada ilha. Ele manteve o sistema kapu, conjunto tradicional de leis e punições, mas ele também promulgou a mamalahoe kanawai, "a lei da raquete lascada", que protegia as pessoas comuns das agressões indevidamente brutais de chefes poderosos. Ele também proibiu o sacrifício humano, os ritos que tinham sido realizados em épocas anteriores para aumentar a mana, ou poder sagrado, do rei. 

Bandeira Real do Havaí


 Um empresário astuto, Kamehameha acumulou uma fortuna para o seu reino através de um monopólio governamental do sândalo e do comércio através da imposição de taxas portuárias em navios que visitavam o novo país. Ele era um soberano mente aberta que legitimamente merece seu título, Kamehameha, o Grande. Aclamado como o mais forte governante havaiano, ele manteve a independência de seu reino durante todo o período difícil da descoberta européia e exploração da ilhas, uma tarefa que se mostrou grande demais para seus sucessores.

Estátua de Kamehameha I em trages típicos havaianos


Fonte: Enciclopédia Britânica: http://global.britannica.com/EBchecked/topic/310541/Kamehameha-I

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Símbolos Imperiais - Bandeiras do Império do Brasil



Quando da independência do Brasil, em sete de setembro de 1822 muita incerteza ainda reinava, até mesmo quanto a condição do novo país, a princípio seria um Reino , condição que ostentava o país desde que D. João VI, elevou o Brasil a esta categoria, unindo-o ao de Portugal, após o Congresso de Viena, cujo término se deu em 1815. E a autoridade do monarca viria dos direitos preexistentes como príncipe herdeiro do antigo Reino Unido, do qual o Brasil tão somente teria se separado, mas dado continuidade ao mesmo tempo, sem rupturas.

Por este motivo, em 18 setembro 1822, Dom Pedro I, assinou o Decreto Imperial nº 3, que criou e regulamentou sobre a bandeira. "O Brasão de Armas do Brasil Reino serão, em um campo verde, uma esfera armilar sobreposta em uma cruz da Ordem de Cristo a esfera do ouro circulada por 19 estrelas de prata em um círculo azul; e uma coroa real com os diamantes ajustados sobre o protetor, os lados de que embracado por duas plantas do café e do tabaco, como emblemas de seus [ riquezas do reino ], em suas cores apropriadas e serão amarrados no fundo com o fitão nacional." Assim sobre o brasão do país figurava uma coroa real, a mesma com o fundo vermelho que constava da bandeira real do Reino Unido de Portugal, de Brasil, e de Algarve com o fundo vermelho.

A referida bandeira era uma adaptação do projeto de bandeira atribuído ao pintor e desenhista francês Jean-Baptiste Debret por encomenda de D. João VI, em 1820, e que se encontrava nos arquivo reais de Lisboa. A redescoberta do projeto foi efetuada pelo historiador português Augusto de Lima Júnior , estava lá no projeto quase todos os elemantos da futura bandeira imperial: o mesmo campo verde dos Braganças de D.Pedro I e a mesma lisonja (losango) dos Habsburgosde D.Maria Leopoldina, a cruz da Ordem de Cristo sob uma esfera armilar, circundada por dezenove estrelas, tudo suportado por um ramo de cana-de-açúcar, mais tarde substituída pelo café e outro de fumo. Não há consenso sobre quem teria ajudado feito as modificações no projeto de Debret para criar tanto o brasão quanto a bandeira. Para alguns, foi o próprio D. Pedro I, para outros, José Bonifácio de Andrada e Silva, chegando-se mesmo a cogitar a participação de D. Maria Leopoldina.

Não foi encontrada nenhuma indicação do objetivo da encomenda do projeto de bandeira feito junto a Debret , são três as hipóteses criar o estandarte pessoal dos príncipes reais, uma nova bandeira para o Reino do Brasil ou mesmo a bandeira da uma futura nação independente


Nossa primeira bandeira nacional sofreu uma modificação após quase três meses de existência, transformando-se na Bandeira Imperial do Brasil em 1º de dezembro de 1822, com a coroação de D. Pedro I como imperador do Brasil: "Havendo sido proclamada com a maior espontaneidade dos povos a Independência política do Brasil, e sua elevação à categoria de Império pela minha solene aclamação, sagração e coroação, como seu Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo: hei por bem ordenar que a Coroa Real que se acha sobreposta no escudo das armas estabelecido pelo meu imperial decreto de 18 de setembro do corrente ano, seja substituída pela Coroa Imperial, que lhe compete, a fim de corresponder ao grau sublime e glorioso em que se acha constituído este rico e vasto Continente".


Posteriormente, nos últimos anos do Segundo Império - Pedro II -, sem ato oficial, o número de estrelas aumentou para 20, em virtude da Província Cisplatina ter sido desligada do Brasil (1829), e da criação das Províncias do Amazonas (1850) e do Paraná (1853).

As cores da bandeira imperial permaneceram as cores da atual bandeira nacional, sua significação não é a mesma que se ensina nas escolas (verde para representar florestas e riquezas vegetais e amarelo para as riquezas mineirais) mas o “amarelo – simbolizaria a Casa de Lorena (Habsburgo)”, cor usada pela Família Imperial Austríaca de Dona Maria Leopoldina, e o “verde – representaria a cor da Casa de Bragança” de Dom Pedro I, esta explicação consta de ofício enviado em setembro de 1823, o futuro Marquês de Resende, Antonio Teles da Silva Caminha e Meneses, então Embaixador na Áustria, explicando o motivo da escolha do verde e do amarelo ao Príncipe de Metternich daquele país”.

Antes deste ofício, outro documento datado de uma semana após a independência escrita por D. Leopoldina à D. Maria Tereza, da Côrte da Áustria, exaltando o fato da nova bandeira imperial usar o “verde dos Braganças e do amarelo-ouro dos Habsburgos”.

A questão do forro da coroa na bandeira e no brasão do Império, verde ou vermelho?

No projeto original de Debret, o campo do escudo e o forro da coroa em timbre eram verdes. Felix Taunay - como Debret professor da Academia de Belas-Artes e seu diretor - não concordou com a repetição desta cor; sugerindo sua substituição pelo vermelho. D. Pedro alegou que era essa a cor do escudo português, convindo que apenas o forro da coroa adotasse o goles, vermelho em linguagem heráldica. E mostrou-se intransigente quanto ao verde-amarelo que, dizia, representava a riqueza e a primavera eterna do Brasil. Assim o forro da coroa deveria ser representado em vermelho.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

A Monarquia é Anacrônica?

Neste artigo gostaria de tratar de um argumento comumente utilizado contra a idéia monárquica, o argumento cronológico, como assim o chamo. Que argumento é esse? Quais suas premissas? E suas consequências lógicas? Vejamos a seguir:

Que monarquista nunca ouviu a seguinte objeção: "A Monarquia é um regime ultrapassado, antigo. A república é atual e moderna. Monarquia é retrocesso além de ser anacrônica". Claro que o opositor à monarquia pode valer-se de diversas outras palavras mas as bases que constituem o argumento cronológico são as mesmas, a saber:

I) O dito republicano tem a necessidade de fazer uma "denúncia" - A Monarquia é ultrapassada e antiga - com essa frase de efeito ele julga estar argumentando, mas tal afirmação somente seria verdadeira se pressupóssemos que o fato de algo ser antigo constitua uma mal em si mesmo. O sujeito que profere tal enunciado ignora o fato de que a antiguidade de uma coisa não implica obrigatoriamente na sua ineficácia, ignora que toda filosofia que desenvolve o ocidente, por exemplo, tem raízes milenares, ignora que sua fé, mesmo que seja "fé" no ateísmo, caso não tenha milhares de anos possue algumas centenas deles. Mais que evidente, não é pela antigüidade de algo que esse algo é ruím.

II) Em seguida ocorre sempre o elogio à modernidade repúblicana, exaltada como boa por ser "nova" e "moderna". Ocorre que no momento mesmo em que um indivíduo profere tais palavras fica latente seu desconhecimento básico sobre a história da organização político-social humana. A república é um regime tão antigo quanto a monarquia. Não nos esqueçamos de que Roma nasceu monárquica, passou por um período republicano e tornou-se império, tudo isso desde a antigüidade, milhares de anos antes de alguém associar, erroneamente, república com o progressismo,  como se a "modernidade" fosse conseqüencia lógica da forma republicana. 

Tais pressupostos acima demonstrados não podem ser tidos como argumentos válidos, pelos motivos já expostos, e, ainda mais, se analisarmos que muitos países sinônimos de "modernidade", "atualidade" e "progressismo" são monárquicos, exemplos: Império do Japão, Reinos como o dos Países Baixos, da Dinamarca, Suécia, Noruega, Canadá, Autrália, Nova Zelândia e etc. Seja lá qual for o sentido de moderno empregado por alguém, continuo a crer que a modernidade de um sistema consiste na sua eficácia para garantir a estabilidade política de uma nação, estabilidade sem a qual país algum consegue se desenvolver e  tornar-se moderno, progressista e atual. Várias formas de monarquia têm conseguido isso de modo brilhante. Fica aí a reflexão!