sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Símbolos Imperiais - Bandeiras do Império do Brasil



Quando da independência do Brasil, em sete de setembro de 1822 muita incerteza ainda reinava, até mesmo quanto a condição do novo país, a princípio seria um Reino , condição que ostentava o país desde que D. João VI, elevou o Brasil a esta categoria, unindo-o ao de Portugal, após o Congresso de Viena, cujo término se deu em 1815. E a autoridade do monarca viria dos direitos preexistentes como príncipe herdeiro do antigo Reino Unido, do qual o Brasil tão somente teria se separado, mas dado continuidade ao mesmo tempo, sem rupturas.

Por este motivo, em 18 setembro 1822, Dom Pedro I, assinou o Decreto Imperial nº 3, que criou e regulamentou sobre a bandeira. "O Brasão de Armas do Brasil Reino serão, em um campo verde, uma esfera armilar sobreposta em uma cruz da Ordem de Cristo a esfera do ouro circulada por 19 estrelas de prata em um círculo azul; e uma coroa real com os diamantes ajustados sobre o protetor, os lados de que embracado por duas plantas do café e do tabaco, como emblemas de seus [ riquezas do reino ], em suas cores apropriadas e serão amarrados no fundo com o fitão nacional." Assim sobre o brasão do país figurava uma coroa real, a mesma com o fundo vermelho que constava da bandeira real do Reino Unido de Portugal, de Brasil, e de Algarve com o fundo vermelho.

A referida bandeira era uma adaptação do projeto de bandeira atribuído ao pintor e desenhista francês Jean-Baptiste Debret por encomenda de D. João VI, em 1820, e que se encontrava nos arquivo reais de Lisboa. A redescoberta do projeto foi efetuada pelo historiador português Augusto de Lima Júnior , estava lá no projeto quase todos os elemantos da futura bandeira imperial: o mesmo campo verde dos Braganças de D.Pedro I e a mesma lisonja (losango) dos Habsburgosde D.Maria Leopoldina, a cruz da Ordem de Cristo sob uma esfera armilar, circundada por dezenove estrelas, tudo suportado por um ramo de cana-de-açúcar, mais tarde substituída pelo café e outro de fumo. Não há consenso sobre quem teria ajudado feito as modificações no projeto de Debret para criar tanto o brasão quanto a bandeira. Para alguns, foi o próprio D. Pedro I, para outros, José Bonifácio de Andrada e Silva, chegando-se mesmo a cogitar a participação de D. Maria Leopoldina.

Não foi encontrada nenhuma indicação do objetivo da encomenda do projeto de bandeira feito junto a Debret , são três as hipóteses criar o estandarte pessoal dos príncipes reais, uma nova bandeira para o Reino do Brasil ou mesmo a bandeira da uma futura nação independente


Nossa primeira bandeira nacional sofreu uma modificação após quase três meses de existência, transformando-se na Bandeira Imperial do Brasil em 1º de dezembro de 1822, com a coroação de D. Pedro I como imperador do Brasil: "Havendo sido proclamada com a maior espontaneidade dos povos a Independência política do Brasil, e sua elevação à categoria de Império pela minha solene aclamação, sagração e coroação, como seu Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo: hei por bem ordenar que a Coroa Real que se acha sobreposta no escudo das armas estabelecido pelo meu imperial decreto de 18 de setembro do corrente ano, seja substituída pela Coroa Imperial, que lhe compete, a fim de corresponder ao grau sublime e glorioso em que se acha constituído este rico e vasto Continente".


Posteriormente, nos últimos anos do Segundo Império - Pedro II -, sem ato oficial, o número de estrelas aumentou para 20, em virtude da Província Cisplatina ter sido desligada do Brasil (1829), e da criação das Províncias do Amazonas (1850) e do Paraná (1853).

As cores da bandeira imperial permaneceram as cores da atual bandeira nacional, sua significação não é a mesma que se ensina nas escolas (verde para representar florestas e riquezas vegetais e amarelo para as riquezas mineirais) mas o “amarelo – simbolizaria a Casa de Lorena (Habsburgo)”, cor usada pela Família Imperial Austríaca de Dona Maria Leopoldina, e o “verde – representaria a cor da Casa de Bragança” de Dom Pedro I, esta explicação consta de ofício enviado em setembro de 1823, o futuro Marquês de Resende, Antonio Teles da Silva Caminha e Meneses, então Embaixador na Áustria, explicando o motivo da escolha do verde e do amarelo ao Príncipe de Metternich daquele país”.

Antes deste ofício, outro documento datado de uma semana após a independência escrita por D. Leopoldina à D. Maria Tereza, da Côrte da Áustria, exaltando o fato da nova bandeira imperial usar o “verde dos Braganças e do amarelo-ouro dos Habsburgos”.

A questão do forro da coroa na bandeira e no brasão do Império, verde ou vermelho?

No projeto original de Debret, o campo do escudo e o forro da coroa em timbre eram verdes. Felix Taunay - como Debret professor da Academia de Belas-Artes e seu diretor - não concordou com a repetição desta cor; sugerindo sua substituição pelo vermelho. D. Pedro alegou que era essa a cor do escudo português, convindo que apenas o forro da coroa adotasse o goles, vermelho em linguagem heráldica. E mostrou-se intransigente quanto ao verde-amarelo que, dizia, representava a riqueza e a primavera eterna do Brasil. Assim o forro da coroa deveria ser representado em vermelho.

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