sexta-feira, 25 de julho de 2014

A Monarquia é Anacrônica?

Neste artigo gostaria de tratar de um argumento comumente utilizado contra a idéia monárquica, o argumento cronológico, como assim o chamo. Que argumento é esse? Quais suas premissas? E suas consequências lógicas? Vejamos a seguir:

Que monarquista nunca ouviu a seguinte objeção: "A Monarquia é um regime ultrapassado, antigo. A república é atual e moderna. Monarquia é retrocesso além de ser anacrônica". Claro que o opositor à monarquia pode valer-se de diversas outras palavras mas as bases que constituem o argumento cronológico são as mesmas, a saber:

I) O dito republicano tem a necessidade de fazer uma "denúncia" - A Monarquia é ultrapassada e antiga - com essa frase de efeito ele julga estar argumentando, mas tal afirmação somente seria verdadeira se pressupóssemos que o fato de algo ser antigo constitua uma mal em si mesmo. O sujeito que profere tal enunciado ignora o fato de que a antiguidade de uma coisa não implica obrigatoriamente na sua ineficácia, ignora que toda filosofia que desenvolve o ocidente, por exemplo, tem raízes milenares, ignora que sua fé, mesmo que seja "fé" no ateísmo, caso não tenha milhares de anos possue algumas centenas deles. Mais que evidente, não é pela antigüidade de algo que esse algo é ruím.

II) Em seguida ocorre sempre o elogio à modernidade repúblicana, exaltada como boa por ser "nova" e "moderna". Ocorre que no momento mesmo em que um indivíduo profere tais palavras fica latente seu desconhecimento básico sobre a história da organização político-social humana. A república é um regime tão antigo quanto a monarquia. Não nos esqueçamos de que Roma nasceu monárquica, passou por um período republicano e tornou-se império, tudo isso desde a antigüidade, milhares de anos antes de alguém associar, erroneamente, república com o progressismo,  como se a "modernidade" fosse conseqüencia lógica da forma republicana. 

Tais pressupostos acima demonstrados não podem ser tidos como argumentos válidos, pelos motivos já expostos, e, ainda mais, se analisarmos que muitos países sinônimos de "modernidade", "atualidade" e "progressismo" são monárquicos, exemplos: Império do Japão, Reinos como o dos Países Baixos, da Dinamarca, Suécia, Noruega, Canadá, Autrália, Nova Zelândia e etc. Seja lá qual for o sentido de moderno empregado por alguém, continuo a crer que a modernidade de um sistema consiste na sua eficácia para garantir a estabilidade política de uma nação, estabilidade sem a qual país algum consegue se desenvolver e  tornar-se moderno, progressista e atual. Várias formas de monarquia têm conseguido isso de modo brilhante. Fica aí a reflexão!

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