segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O Rei é mais econômico: República é um sistema bastante caro.





O país ficou chocado com os altos gastos de membros do Governo Federal, efetivados com o chamado “cartão corporativo”. A edição nº 1997 da revista IstoÉ chegou a falar em R$ 5,8 milhões, sacados na boca do caixa entre 01 de janeiro de 2003 e 31 de janeiro de 2008 – um período de cinco anos, portanto – para atender às despesas do Presidente, da Primeira Dama e de suas equipes.

Infelizmente, estes valores são só a ponta do iceberg. Isso não chega a fazer nem cócegas no real montante que custa a República brasileira.

Segundo dados do sítio Contas Abertas, obtidos diretamente do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal), no ano de 2006, o custo da Presidência e da Vice-Presidência do Brasil foi de R$ 288.656.937,79 (isso mesmo: duzentos e oitenta e oito milhões, seiscentos e cinquenta e seis mil, novecentos e trinta e sete reais e setenta e nove centavos). Em dólares: US$ 165.012.826,00. Espere ainda um pouquinho antes de se comover, caro leitor: esses dados vão somente até o dia 05 de setembro daquele ano!

20080202113256_04729Agora, a parte interessante: no mesmo ano de 2006, a Coroa Britânica custou ao povo do Reino Unido US$ 73.357.482,00; a Coroa Dinamarquesa, US$ 15.650.879,00; já a Coroa Sueca, US$ 23.298.425,00. Somadas, as três gastaram, no mesmíssimo ano de 2006, o montante de US$ 112.306.786,00 – ou seja, JUNTAS, as três monarquias europeias citadas gastaram em um ano inteiro quase 32% A MENOS do que o Governo brasileiro gastou em 8 meses e 5 dias… agora sim, dá pra ficar comovido.

Já que estamos falando de estatísticas, permitam-me só mais uma: a monarquia britânica, considerada a mais cara de todas, custa por volta de US$ 1,21 per capita ao contribuinte. A Presidência e a Vice-Presidência do Brasil conseguem a notável façanha de extrapolar esse valor, cravando cerca de US$ 1,34 per capita. Detalhe: enquanto o Reino Unido tem apenas 60,6 milhões de habitantes, o gigante Brasil já tem quase 184 milhões de almas, o que significa três vezes mais gente pagando uma das maiores cargas tributárias do mundo para sustentar essa corte republicana. (Depois me vêm certos partidos que têm o grave vício de confundir “valores republicanos” com “valores democráticos”).

Aí fica a pergunta: o quê afinal de contas é esse negócio de “democracia” que todo dia a gente ouve falar, muitas vezes com a língua presa, dizendo “democrafia”? Será que democracia é só obrigar um povo em grande parte semi ou totalmente analfabeto a depositar um voto numa urna, quando esse povo nem faz ideia de como diferenciar estadistas de demagogos? O povo preferia ficar em casa aproveitando o domingo, pode apostar.

E já que, com os 200 anos da chegada de Dom João VI, virou moda falar de reis novamente, veja essa: até a monarquia brasileira, aquela que a gente estuda muito superficialmente na escola, conseguia dar lição de moral nos nossos atuais governantes. Alguns dados interessantes (desculpem, não consigo evitar): Dom Pedro II recebia um salário de 67 contos de réis, e com a maior parte disso ele fazia obras de caridade. Deposto o Imperador e proclamada a ré pública, desculpem, a República, qual foi uma das primeiras providências do Marechal Deodoro da Fonseca? Instituir para si um salário presidencial de 120 contos. Já sei onde de fato começou a comilança.

Decerto por estar “profundamente condoído” com o degredo de Pedro II e toda a sua família (eles foram expulsos do Brasil à noite, pois se fosse de dia sabia-se que o povo não os deixaria partir), o mesmo Marechal-presidente teve a ideia de oferecer ao Imperador traído um bônus de 5.000 contos, uma espécie de “toma tua parte e estamos quites”, a título de custeio da instalação da Família Imperial no exílio. O último monarca do Brasil, Pedro II, que não tinha dívidas de campanha, não precisava comprar apoio para formar sua base no Parlamento, não precisava pagar a tapioca comprada com cartão corporativo e tinha uma sublime combinação de amor pelo Brasil com vergonha na cara, replicou: “Quem são vocês para dispor livremente do dinheiro do meu País”? E recusou a mamata. Morreu pobre, velho e doente, desgostoso, porém honrado até o fim, num hotelzinho de Paris. Para o túmulo, uma das únicas coisas que ele quis levar foi um travesseirinho recheado de terra brasileira – literalmente.




É, caro leitor, deve ser por tudo isso que Aristide Briand dizia: “Portugal é um país pobre demais para poder sustentar uma república”. Ou talvez também tenham sido essas as razões pelas quais Charles de Gaulle declarou: “O Brasil não é um país sério”.

Mas é certeza histórica que esse foi o motivo pelo qual a dona do 2º IDH e da 2ª renda per capitamais altos do mundo, a Noruega, ao se tornar independente da Suécia em 1905, preferiu instaurar uma monarquia: É MAIS BARATO.

Agora, fala sério: depois dessa, quem é que consegue achar absurdo o gasto com cartões corporativos do Governo? Absurdos somos nós que engolimos tudo isso. God save the Queen…

País———————-Período——————-–Gastos (US$)

Reino Unido————2006/7———————-£37.400.000,00 = US$ 73.357.482,00 (US$ 1,21 per capita no ano)

Dinamarca————–2006————————DKK 79.481.425,00 = US$ 15.650.879,00

Suécia——————2006————————-SEK 147.500.000,00 = US$ 23.298.425,00

Os 3 acima somados—Idem————————US$ 112.306.786,00

BRASIL
(Presidência e Vice-Presidência)


2002
R$ 140.716.508,29

2003
R$ 226.955.092,06

2004
R$ 356.842.968,55

2005
R$ 361.969.140,22

2006 (até 05/Set)
R$ 288.656.937,00 = US$ 165.012.826,00


(US$ 1,34 per capita no ano)

Fonte: http://delrei.wordpress.com/

4 comentários:

  1. São inumeras as razões para a volta à Monarquia! O Brasil era a segunda maior economia do mundo e com um verdadeiro estadista à sua frente (Dom Pedro II), com professores que recebiam salários ótimos e por consequência instruiam ótimos estudantes! Tudo isto é passado, esquecido e ignorado por quase todos... infelizmente!

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  2. Há que se relativizar isso. O sistema educacional brasileiro era uma bagunça e a educação era para poucos. Basta ler os capítulos sobre a formação da elite política em A Construção da Ordem, de José Murilo de Carvalho. Há também textos da Circe Bittencourt, que trabalha com ensino de História, que historicizam essa questão no Brasil e acaba por dar um panorama da educação. Temos que tomar cuidado para não cair no "Mito da Idade de Ouro". O Império padecia de muitos problemas sociais, econômicos e político-administrativos. A restauração deve ser pensada com o pé no presente, analisando as problemáticas do presente...

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  3. Tenho certeza que com a restauração da monarquia nosso pais não mais sofrerar deste carma, robalheira, fome, preconceito, ideias separatistas, nosso imperador com mão firme resolverá todos os problemas que massacram nosso povo, no Brasil imperio tivemos muito progresso é só ler nossa história, nesta republica sem vergonha só tivemos caos são 122 anos de abuso de poder de diversão para politicos desconpromissados com nosso povo a ordem e progresso da bandeira nunca saiu do tecido. Parabens Bruno Cezar por ste blog maravilhoso avante Brasil, viva a monarquia viva D. Luis de Orleans nosso Imperador.

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  4. Raphael, agradeço ao comentário, mas é importante salientar que toda nação, por mais desenvolvida que seja padece de problemas. No caso do Império do Brasil, os problemas, como a edução que você citou, eram ocasionados principalmente, devido a estrutura anterior de governo e ao fato do país ser recente, hoje nosso país com 189 anos ainda é considerado recente, imagina na época do império?! Problemáticas como saúde, educação, cultura e etc, somente são bem resolvidas e desenvolvidas com gerações e gerações de boas políticas públicas. Na europa, onde estão os países mais desenvolvidos do mundo, e os mais antigos, as nações só vieram a alcançar elevados níveis de desenvolvimento como um todo do século XIX/XX para cá, países com quase um milênio de vida tem pouco mais de 200 anos de desenvolvimento pleno. O império apesar de ser jovem conseguia ser uma das potências do mundo a época. Podia não ser a idade de ouro, mas foi quase!

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